WE’RE BOTH GROOMS”, cultivando o amor.

Boku mo aitsu mo shinrô desu”, também conhecido como We’re both grooms é uma comédia romântica japonesa de apenas 59 minutos, lançado no dia 24 de março de 2022 pela KTV. O filme foi roteirizado por Nakamura Masatoshi e dirigido por Tanaka Koji, estrelado por Hayama Shono (Seto Ryosuke) e Iijima Hiroki (Aikawa Mikuzi).

A história gira em torno da desastrosa cerimônia de casamento de Seto Ryosuke, um professor do primário, e seu noivo Aikawa Mizuki, agricultor que trabalha com limão no negócio da família. Confesso que achei o enredo muito interessante e original, é perfeito para assistir numa tardezinha de sábado com um belo copo de limonada. O filme começa nos mostrando Seto, ele estava limpando a praia na qual levaria seus alunos e conhece Aikawa que acabara de perder o brinco que seu ex-namorado havia lhe dado. E enquanto procuravam juntos, acabaram criando uma leve amizade. 

Após essa cena vem o corte de alguns anos para contar a história principal, o casamento. Lembro de ter pensado: “minha nossa, eles estão lindos e o clima é perfeito” quando vi os dois de terno para casar, mas como diz o ditado “felicidade de pobre dura pouco” e nos surpreendemos assim como Aikawa ao descobrir que Seto “esqueceu” de avisar à seus pais e amigos que estava se casando com um homem e não com uma mulher.

Essa situação acaba deixando ambos em uma corda bamba entre a guerra das duas famílias no meio do salão de festa e, pra não deixar passar batido o clichê, temos a aparição da melhor amiga de infância de Seto, Nakano Ruri (Kanazawa Miho) que nutria uma paixão platônica por ele e o ex-namorado de Aikawa, Natsume Hayato (Kai Ogasawara) que quer reatar. (Hmmmmm, decadência do jeitinho que eu gosto.)

Nem preciso dizer que isso afetou a relação dos noivos, certo? Aproveitando que todos ainda processavam a situação lentamente, Hayato levou Aikawa para fora deixando Seto sozinho e sem reação. Nesta cena temos um desenvolvimento que envolve os secundários junto com algumas lembranças dos personagens, no entanto algo que está nítido é a pobreza dos figurinos e atuação quase amadora vindo de coadjuvantes, o que faz algumas cenas sem sentido e desnecessárias, próximas ao ridículo. Mesmo algumas cenas estranhamente bizarras não tiram o fato do filme ter uma fotografia linda e desenvolvimento emocional muito bacana de acompanhar. E a trilha sonora ajudava um pouco, mas se tivessem tido um pouco mais de atenção na playlist poderia ter sido bem melhor!

Além disso, outra coisa que eu achei muito boa, foi a forma como os atores se encaixaram muito bem nos personagens de uma maneira que pudéssemos diferenciar cada personalidade mesmo ambos sendo personagens atenciosos. Aikawa é um rapaz muito calmo e positivo, mas com uma autoestima baixa e Seto é alguém muito carinhoso e um tanto sincero, mas com um extremo medo de opiniões alheias. 

Os personagens foram bem construídos, todavia não muito aproveitados, o que me deixou bastante revoltada já que em muitas cenas é possível enxergar o próprio Seto com a mente nas nuvens enquanto Aikawa está passando por um turbilhão de sentimentos por achar que seu amor de tantos anos na verdade era falso e raso, eu até que nem reclamaria caso ele reatasse com o ex (afinal, quem nunca?).

Depois de tantas brigas, discussões e até mesmo a avó de Seto saindo do armário e dizendo que seu primeiro amor verdadeiro foi com outra mulher, temos o próprio Seto caindo na real após assistir um vídeo surpresa gravado por Aikawa e sua família para mostrar o quanto estavam felizes com a relação de ambos. Por sorte nunca é tarde demais para conquistarmos aquilo que queremos! 

Seto pegou um limão que foi cultivado pela família de Aikawa e correu sem pensar duas vezes para procurar seu parceiro, e quando finalmente ambos se encontram temos uma lembrança muito fofa do segundo encontro deles, onde Seto prova pela primeira vez um pedaço de limão da família Mizuki e cria uma conexão romântica com Aikawa, e no presente, ele usa o limão para provar novamente o seu amor e atração pelo rapaz, mordendo a fruta cítrica e confessando seus pensamentos e sentimentos na frente de todos os convidados, em alto e bom tom.

 

No mesmo momento temos o arrependimento do pai homofóbico de Seto e uma grande reviravolta em que ele se curva para os outros familiares ao se desculpar. De longe podemos ver o Hayato um tanto satisfeito e Ruri ainda triste por perder seu crush, mas feliz por ele estar com a pessoa que gosta. E digo novamente, a playlist do filme é bem ruinzinha, mas de alguma forma estranha se encaixa ao clima da história.

Daí temos um corte temporal em que mostra novamente o casamento no altar e dessa vez com um ar de felicidade recíproca, a música se torna muito melhor e agradável para o momento e o final é muito bom por ser fechado. Eu genuinamente não me arrependo de assistir e perdi as contas de quantas vezes recomendei o filme para meus amigos, mesmo que tenha uma trilha sonora ruim e cenas que são até mesmo vergonhosas. Mas a fotografia impecável e o desenvolvimento maravilhoso dos protagonistas já fazem valer a pena assistir. 

É importante ressaltar que o filme nos mostra o quanto é importante provarmos o nosso amor ao companheiro(a) e que ninguém tem bola de cristal para descobrir sozinho se o sentimento é ou não recíproco. A importância de amar incondicionalmente e ser amado é enorme, e isso vale para todos! Seja relações românticas, maternas, paternas ou até mesmo na amizade, não estaremos aqui por muito tempo e vivemos em constante amadurecimento, o amor é um diferencial na vida de cada ser e por isso não hesitem ao demonstrar!

(cr. all photos: bokuai_tv)

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