Doukyuusei (Colegas de classe, em tradução literal) é uma animação japonesa de longa metragem, lançada em 2016 pelo estúdio A-1 Pictures e distribuída pela Aniplex. A belíssima animação, com duração de 1h, é baseada em um mangá escrito por Asumiko Nakamura, lançado em 2006 pela revista Opera e conta com apenas um volume, apesar de possuir diversos spin-offs.
A trama de Doukyuusei acompanha Rihito Sajou e Hikaru Kusakabe, dois estudantes completamente opostos em personalidade. Enquanto Rihito é um estudante exemplar, com boas notas e bom comportamento, Hikaru é um aluno rebelde que não respeita regras. Porém, todas essas diferenças precisam ser deixadas de lado quando Rihito precisa de um tutor para as aulas de canto/harmonia/ritmo, para participar do coral, e Hikaru se oferece a fazê-lo.
A história é muito bem construída em forma de uma espécie de slow burn (romance que vai acontecendo de forma gradual), onde você acompanha todos os altos e baixos de um início de relacionamento de pessoas opostas e, sinceramente, você vai se apaixonando pelo relacionamento deles no meio do caminho.
No decorrer de Doukyuusei, é possível ver todos os conflitos internos que constituem um relacionamento e também a bela forma em que os protagonistas passam a se relacionar e se comunicar. A construção dos personagens é excelente, fazendo o espectador conseguir se conectar aos protagonistas e compreendê-los, mas também ajuda a entender todos os personagens apresentados na trama e suas razões de serem quem são.
Mas é impossível falar de Doukyuusei e não citar a obra de arte que é a animação do longa. Esse com certeza é um dos pontos que mais chama a atenção para o filme, e o que atrai boa parte do público para assistir. A animação é feita com um traço muito delicado e a seleção como um todo lembra muito uma aquarela, essa escolha para o longa traz uma leveza ainda maior para a obra e ajuda a focar no que é mais importante dentro da obra — o relacionamento dos protagonistas —.
A diretora e produtora do filme, Shouko Nakamura, — que participou de diferentes fases da produção de obras aclamadas como Death Note e Shigatsu wa Kimi no Uso — conseguiu aproveitar muito bem a obra de Asumiko (que eu gostaria de ressaltar aqui que fez um excelente trabalho em Doukyuusei por ter uma história completamente diferente do que a autora estava acostumada e isso ajudou MUITO em seu reconhecimento) e juntamente com Akemi Hayashi conseguiram transmitir toda a energia e emoções do papel para as telonas.
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Para mim, um outro ponto positivo, é a trilha sonora que é muito atraente aos ouvidos — afinal Hikaru faz parte de uma banda — mas também gostaria de destacar os sons do ambiente que davam uma sensação de localização e faz com que se sintam dentro da obra, quase que como se fosse possível estar dentro da cena, vendo os personagens como um observador comum, uma pessoa que estava passando e viu o diálogo acontecendo.
Um fator que também chama a atenção para o filme são os trailers que, no tempo de 2 a 3 minutos que duram, fazem ser possível sentir uma nostalgia, um acolhimento, uma sensação de pertencimento à obra.
Enquanto pesquisava sobre o filme, me deparei com algumas pessoas falando sobre o fato de ser uma história clichê, mas apesar de se tratar de um cenário comum — afinal, estamos falando de um romance colegial —, posso dizer com toda certeza que não se trata de um filme que é “mais do mesmo” (repetir a mesma fórmula sem mudar nada),porque essa obra é inigualável.
Analisando todas as nuances do longa, ele é algo que eu facilmente adicionaria à categoria de filmes que preciso assistir antes de morrer. A animação, trilha sonora e história fazem com que seja um filme aconchegante e por sua duração é fácil de ficar reassistindo, o que fez com que ele se tornasse um dos meus confort films (um filme que você assiste em busca de conforto) e com certeza fará você se apaixonar por Doukyuusei.
