The Sting Of Lavender, o que esperar?

Olá, menines. Hoje vamos falar de The Sting Of Lavender, a primeira série BL de Manipur, estado da índia da região nordeste. Pela Chekla Films Production, em oito episódios, sob direção e roteiro de Scarlett, estrelando Bimol Loitongham (Bimol), Rohit Khundongbam (Albert), Xed Lee Sanjrambam (Chingkei), Jemson Thoundojam (Jemson). Narra a conturbada história de vida de Bimol enfrentando preconceitos, pobreza, violências, experimentando o amor, aceitação e descobertas.

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Sinopse: Bimol, um estudante universitário, é um jovem paranoico com sua sexualidade. Vivendo com um pai viúvo e alcoólatra e um irmão mais novo, nas suas horas vagas, trabalha como maquiador para poder ter uma renda para ajudar seu irmão a estudar e colocar comida na mesa. Bimol se encanta com o novo aluno que chegou na sua escola, Albert. Um rapaz bonito que chama a atenção de todos na escola.

The Sting Of Lavender é um caso interessante de cruzamento de possibilidades na mesma produção. Uma produção independente, marcada por um traço forte de experimentalismo e um toque de amadorismo puxado, talvez, pela falta de investimento que permita maior qualidade na produção da obra. Ela chega para nós como a primeira obra BL (LGBTQIAPN+) feita em Manipur, antiga região independente da Índia, localizada no Nordeste do país.

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Para quem gosta e está acostumado a ver BLs e já vem de um longo ou relativo período de acompanhamento de produções desse gênero, provavelmente, ao ver a série se lembrará de como chegavam a nós, outrora, as produções: com muita força de vontade e desejo de fazer, mas às vezes sem muito apoio e investimento que permitissem que elas fossem de uma qualidade superior. É o que vejo em The Sting Of Lavender, um desejo de produzir algo com consistência, mas uma ausência de condições materiais, já diria Marx, para sua realização.

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Apesar disso e talvez por causa disso, a série busca preocupar-se mais com a consistência da própria narrativa que versa sobre questões mais profundas e mesmo difíceis que atravessam a vida de muitas pessoas em Manipur, mas também em volta do mundo. A história acompanha Bimol e todos os seus conflitos familiares e sociais. Relacionados ao seu pai alcoólatra que abusa emocional e fisicamente dele e do irmão mais novo, além de enfrentar bullying e perseguição na faculdade por partes de certos colegas.

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Sua amizade com Chingkei é um alento. Ele trabalha, estuda, sustenta a casa e ajuda o irmão e tudo isso marca muito a sua subjetividade e emocionalidade. Que atravessado pela necessidade de autoaceitação de sua sexualidade faz com que ele enfrente conflitos consigo mesmo e cogite o suicídio. A pobreza e as dificuldades que dela se desenrolam aparecem direta ou indiretamente na obra como cenário pensado ou espontâneo e com as escolhas e ações que o protagonista tem que tomar.

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A falta de apoio emocional e orientação também estão presentes pela dificuldade que Bimol tem em lidar com sua sexualidade e o abandono total de seu pai. Ele age e vive por si, sendo obrigado a amadurecer no processo. Para mim foi um pouco difícil compreender com clareza a narrativa, ela parece um tanto confusa à primeira vista, talvez ela abra demais caminhos narrativos com as personagens, apesar disso as coisas vão sendo amarradas.

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Há bastante oscilação na série em relação à qualidade. Muitas cenas bem entregues, com soluções interessantes, um jogo de câmeras ousado e bem dirigidas. Outras nem tanto. Há boas atuações, boas interações entre os atores, reações bem naturais e boa expressividade e momentos que não. Até aí não vejo nada que não acontecesse em outras produções. Por toda a situação de produção do projeto, por ser o primeiro, eu o vejo com muito bons olhos e com efetividade naquilo que se propôs, mas que tem muitas coisas a serem arrumadas e melhoradas.

Sem dúvida eu recomendo ver a produção como uma forma de incentivar trabalhos posteriores, mas também porque nos apresenta uma perspectiva narrativa sobre as relações BLs por uma cultura diversa da nossa e das quais estamos acostumados: Tailândia, Coreia do Sul, Japão, Taiwan… É a chance de ampliarmos nosso olhar sobre os BLs.

Se você ainda não viu, CORRA para a conta oficial no Youtube e veja! Fale para nós, se já viu, o que achou da produção e da resenha. Beijos de luz!!

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One Comment

    Till the end of the Moon!

    BLB Entrevista – MCND